sexta-feira, junho 22, 2007

(1174) O MESMO FILME DE SEMPRE

Aproximam-se seis meses em que os portugueses vão ouvir falar muito de um assunto em que pouco se envolvem e a que pouca atenção dedicam: a Europa. Mas é um daqueles assuntos que é impossível não acompanhar com o maior cuidado. O grande tema da Presidência portuguesa do Conselho da União Europeia ameaça ser a ressurreição da Constituição europeia, sob novos nomes, designações e rótulos para não chamar muito a atenção e não despertar as reacções negativas que derrotaram a famigerada Constituição europeia.

E se o tema ameaça ser esse, então está em discussão o poder. O poder na União, mas também o poder dos Estados e, consequentemente o poder dos cidadãos sobre o seu próprio futuro. Já que alguém meteu na cabeça que a Europa só avança se se continuar a fazer tratados pró-federalistas periodicamente, então é necessário fiscalizar as manobras de negociação em curso. Acresce que os Governos portugueses têm por péssima tradição não apresentar com clareza e transparência ao país as ideias que defendem nestes momentos sobre os tratados e as questões que vão negociar com os Estados.

Neste momento, assiste-se, pois, a um filme repetido. O filme do europês oculto.

Nas vésperas da Presidência portuguesa, de novo os Senhores da Europa tratam de cozinhar uma ementa a que chamarão de tratadinho, em que nos tentarão convencer de que nada de importante se alterou, para evitar as maçadas e as humilhações dos referendos. Mas a verdade é que o tratadinho consagrará o núcleo duro das medidas polémicas, das transferências de soberania, das regras que assegurarão a supremacia dos grandes, que tornarão mais fáceis as decisões subtraídas à maioria dos Estados. Tudo bem embrulhado em hinos da alegria, em coros, em coros, em fotos de família arruinada, escondendo o monstro burocrático que tudo vigia e controla.


Por ironia do destino caberá a Portugal, uma das principais vítimas dos lunáticos federalistas, o papel de notário do embuste.


Mas nada disto resolve o problema de fundo, ou seja, as razões pelas quais à ostentação mediática não corresponde depois o interesse e o apoio dos cidadãos. E este desinteresse, alheamento e oposição deve-se ao facto de a União Europeia insistir em trilhar um caminho que não tem em conta a realidade dos nossos dias, não tem em conta a vontade dos povos e se baseia num modelo que não corresponde às necessidades criadas pelos novos problemas com que as sociedades estão confrontadas. Enquanto na União não se perceber isto, os filmes que estarão em exibição não passarão de repetições com cada vez menos espectadores na sala.


(publicado na edição de hoje do Semanário)

(1173) SEM SAÍDA

Para um socialista o problema do endividamento resolve-se com endividamento, com transferência de dívida para terceiros, com disfarce do gasto. Isto é, o problema resolve-se com mais problema. O problema é que para quem se diz não socialista, também pode ser assim. Se houver muitas bocas a alimentar, se houver muita família para sustentar, muita preguiça para remunerar, e, sobretudo, se se fôr tão estatista como um socialista.

A coligação PSD/CDS/PEM resolveu finalmente dizer alguma coisa sobre a ruína financeira do município e sobre o depois. Dizer, apenas. Fazer, suspeitamos que nem na outra encarnação. E suspeitamos porquê? Pela razão simples de que nem um objectivo a coligação se atreve a quantificar.

Isto significa que a Câmara continuará a navegar à vista sem saber o elementar. Depois de dois anos sem saber ao certo quanto devia, mas sabendo de ciência certa que era muito, a Câmara já deveria ter tido tempo para “reduzir colaboradores no grupo municipal, para reduzir horas extraordinárias e ajudas de custo, para renegociar o fornecimento de serviços, para negociar acordos de pagamento e prazos de dívida”, enfim para iniciar a execução de todas as medidas anunciadas como “estratégia” para reduzir a dívida.

O problema é que esta dívida não se resolve com paliativos de gestão de corrente, que aliás não se compreende como não foram já aplicados. Talvez não tenham sido porque este tipo de paliativos é que dóiem nas clientelas parasitárias partidárias que a coligação PSD/CDS/PEM colocou no tal “grupo municipal”, que mais não é do que um conjunto de lugares, e mordomias com que se premiaram as esfomeadas clientelas dos partidos da coligação. Não é necessário saber o número exacto de uma dívida que se sabe de antemão monstruosa para começar a poupar na água e na luz. A situação o que exige são medidas de excepção e essas a Câmara, se as tem ou sabe, não as anunciou.

Na Câmara de Aveiro, a uma dívida que é por natureza pública, responde-se com o segredo. Como se as pessoas não tivessem o direito de exigir saber o que fazer, quanto se vai poupar com o que se vai fazer e o que lhes vai ser exigido. Numa coisa estamos de acordo com Élio Maia: mais impostos não. A terapêutica tipicamente socialista de onerar indefinidamente os rendimentos e o património com impostos para aumentar a despesa só pode conduzir, mais cedo ou mais tarde a uma situação tão grave como aquela em que a Câmara hoje se encontra: a ruína.

Tirando isso, a solução para este problema começa a ser do foro do romance policial: convoquem-se os espíritos de Sherlock Holmes, do Comissário Maigret, de Miss Marples, de Colombo e outros génios a desvendar mistérios, para ver se se consegue ver alguma luz ao fundo do túnel.


(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)

quinta-feira, junho 21, 2007

(1172) A CIMEIRA

(El Pais)
(Via Dolo Eventual)

(1171) DE PATINS

(Patins)

Portugal acaba de ser eliminado do Mundial de Hóquei em Patins pela Suiça, que virou um resultado de 0-2 para 3-2. Não, não é para os apanhados. Foi verdade, em Montreux, na Suiça. As camisolas não ganham jogos.

(1170) DÚVIDA LEGÍTIMA

O Do Portugal Profundo aparece agora sem caixa de comentários. Qual a razão, António? Avaria, opção, obrigação ou higiene? Já é uma medida de coação antecipada?!...

(1169) REFORÇOS

A Alexandra foi contratada pelo Aberratio. Nos blogues, defeso é quando um homem, ou no caso, uma mulher, quiserem.

(1168) AS PRIORIDADES SOCIALISTAS

(Desfibrilhador)

Todas as mulheres que decidam interromper voluntariamente a gravidez estarão isentas de taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde, tal como qualquer outra grávida. É uma das medidas previstas na regulamentação do aborto livre resultante do último referendo. Os contribuintes pagarão assim duas vezes pelos abortos feitos no SNS.

Entretanto, em Portugal existem apenas cerca de 60 desfibrilhadores referenciados na rede de cuidados primários de saúde. De acordo os dados disponibilizados pela Carta de Equipamentos da Saúde (CES), disponível na internet, isso significa que apenas um cada seis centros de saúde (unidade central com respectivas extensões) dispõe deste equipamento que pode salvar vidas em caso de paragem cardíaca.

Definitivamente, cada vez é mais difícil e mais caro viver com saúde com o Governo de Sócrates. Ao invés, destruir vidas é fácil e o Estado, isto é, todos nós temos de pagar. Devia existir objecção de consciência para o contribuinte!


(publicado na edição de hoje do Democracia Liberal)

(1167) LISBOA É CAPITAL

O blogue da candidatura da Nova Democracia à Camara Municipal de Lisboa.

(1166) ESTE É O GINJAS!


quarta-feira, junho 20, 2007

(1165) DESTA VEZ, VOU ESPERAR

Esta notícia é tão absurda, tão grave, tão reveladora, tão preocupante e revela, acima de tudo, um erro tão grande por parte de José Sócrates (pois se até Vital Moreira o identifica e diz...), que vou esperar pela confirmação do próprio. O jornalista e o jornal que não me levem a mal.

(1164) COISAS QUE NOS OCORREM ENQUANTO CONDUZIMOS

Até hoje todos julgávamos que o grande problema da Justiça era a morosidade. Afinal, são os ratos.

(1163) SEGURANÇA SOCIAL

(Foto arranjada aqui)

Hoje, ao ler A Bola, duas enormes satisfações. A primeira, o Derlei vai sair do Benfica. Só por si, esta novidade já põe um cidadão bem disposto para o resto do dia. A segunda: o Derlei vai para o Sporting. Esta dá boa disposição prolongada.

(1162) LAVAGEM AO CÉREBRO

O CDS é definitivamente a nova aquisição do lobby gay. Agora querem fazer uma lavagem aos cérebros das pessoas, querem "formar" contra a homofobia. Tanta declaração pública de apoio à causa gay apenas num mês dá verdadeiramente que pensar. O que se terá passado para tanto desvario repentino? Ou não é desvario, nem repentino? Em todo o caso, tenho a maior curiosidade em conhecer o conteúdo programático desta disciplina. Faz-me lembrar as campanhas de dinamização cultural do MFA em 1975. O CDS parece ter por ambição ser um delegação do Bloco de Esquerda. Pergunto: aquela gente não terá mais nada para fazer?

(1161) LIBERAL PARA OS ESPANHÓIS, ESTATISTA PARA OS PORTUGUESES

"O Ministério da Justiça lançou um concurso para a emissão do Cartão Único do cidadão, que vai reunir num só documento os nossos números do bilhete de identidade, do cartão de contribuinte, da segurança social, de eleitor e de utente de saúde. São dados que espelham quase tudo o que fizemos e fazemos durante a nossa vida. O concurso foi internacional. Houve um resultado, houve protestos e o concurso foi dado como nulo e lançado de novo. O vencedor foi o mesmo, o que quer dizer que, face aos critérios utilizados, foi um justo vencedor. Acontece que havia duas empresas portuguesas que concorriam: a Microfil e a Novabase, aliada a uma empresa inglesa. Perderam. Provavelmente, de forma muito justa. O que acontece é que, quem ganhou, é uma empresa espanhola, de seu nome Indra, que conta com o apoio da Iberdrola, Repsol e Telefonica. A mesma Indra tinha ganho já a emissão dos novos passaportes dos portugueses. E ganhou certamente sem favores. A única observação é que, em Espanha, nenhum empresa estrangeira ganharia a emissão dos passaportes e do Cartão Único dos espanhóis."
Nicolau Santos, no Expresso.
Claro, o Governo português argumentará com o concurso, com a liberdade económica, com o "Espanha, Espanha, Espanha", de Sócrates. O problema é só um: infelizmente não só o Governo é liberal para fora e estatista para dentro (OPA PT diz-vos alguma coisa?), como jamais um país normal permitiria depositar em mãos de estrangeiros tanta informação sobre os seus nacionais. Manias de países pobres certamente.

terça-feira, junho 19, 2007

(1160) A CLONE

(Inclinações)

"Maria José Nogueira Pinto, ex-vereadora do CDS-PP na Câmara Municipal de Lisboa, admite votar em António Costa nas eleições intercalares de 15 de Julho, considerando que o candidato socialista é quem tem "melhores condições para governar Lisboa". O que nós ouvimos a Maria José Nogueira Pinto a propósito de Freitas do Amaral, na altura em que, quem porventura nunca levou a sério o que o Professor sempre escrevera e pensara, estava na moda descobrir que ao Professor nunca importaram as companhias, e que elas podiam ser tudo o que estivesse mais à mão. Agora, parece que temos uma clone de Freitas do Amaral na forja. A direita dos salões descobriu que António Costa pode ser o salvador da pátria alfacinha. A direita do calculismo, do oportunismo político, a que direita de aluguer. É pena estragar uma competência e uma reputação a saltar poças na esquerda. Ainda por cima na mais socráticas das esquerdas. Palpita-me que em breve voltaremos a ouvir falar de Maria José Nogueira Pinto.

(1159) ESCÂNDALO DIPLOMÁTICO

Fecham consulados, mas temos Embaixador nas Seychelles. Assim é que é. À grande e à seychelesa.

(1158) O ABORTO OUTRA VEZ

Parece que andam para aí umas pessoas escandalizadas por os médicos exercerem o seu direito constitucional à objecção de consciência no que respeita a efectuarem abortos nos hospitais. Não tarda chegarão os fundamentalistas de serviço a chamar-lhes criminosos. E também andam escandalizads essas pessoas por os hospitais não terem meios para efectuarem abortos. Não entendo a escandaleira. Um dos argumentos do sim no referndo é que não se tratava de concretizar um direito ao aborto, caso em que obviamente os hospitais tinham a obrigação de os efectuar a solicitação das doentes (nos hospitais tratam-se doentes). Mas que se tratava apenas de não deixar prender as mulheres que os fizessem. Ora, então já está. As mulheres que os fixerem já não vão presas, mas não existe nenhuma obrigação nem dos médicos os fazerem nem dos hospitais terem meios de o fazer, porque não está consagrado na lei nenhum direito ao aborto. Ou o argumentário do sim era apenas uma patranha para caçar votos?

(1157) FALTA DE CHÁ

Hoje Alberto João Jardim toma posse. Convidou Sócrates, como faz todo o sentido. O Primeiro-Ministro vai enviar um secretário de Estado. Não faz sentido nenhum. Para Sócrates a Madeira não existe. É o melhor frete que pode fazer a Alberto João Jardim. Não vai lá, não faz campanha pelos seus, não exerce os poderes de representação institucional. Quem é Primeiro-Ministro da República não pode nem deve pôr à frente da representação institucional os seus ódios de estimação pessoal, que parece que são muitos. Nem a provocar Sócrates é bom: se o fosse, teria enviado o ministro das Finanças ou o ministro dos Negócios Estrangeiros.

(1156) ENTERRAR DINHEIRO NA AREIA

Mário Lino, o ministro que acha que Portugal não deve existir, foi hoje ao Poceirão anunciar a plataforma lojística, num investimento de 500 milhões de euros. Além de enterrar biliões na piscina da Ota, temos um ministro que enterra milhões na areia. Um mãos largas, este homem.

(1155) E VÃO SEIS

Este amigo decidiu começar a distribuir tomates pelo pessoal. E brindou-me com um par deles. Este amigo aqui, também distinguido por outro amigo, decidiu atribuir-me mais dois, o que, republicano confesso, agradeço e retribuo. Sendo assim, vão seis...