"O Ministério da Justiça lançou um concurso para a emissão do Cartão Único do cidadão, que vai reunir num só documento os nossos números do bilhete de identidade, do cartão de contribuinte, da segurança social, de eleitor e de utente de saúde. São dados que espelham quase tudo o que fizemos e fazemos durante a nossa vida. O concurso foi internacional. Houve um resultado, houve protestos e o concurso foi dado como nulo e lançado de novo. O vencedor foi o mesmo, o que quer dizer que, face aos critérios utilizados, foi um justo vencedor. Acontece que havia duas empresas portuguesas que concorriam: a Microfil e a Novabase, aliada a uma empresa inglesa. Perderam. Provavelmente, de forma muito justa. O que acontece é que, quem ganhou, é uma empresa espanhola, de seu nome Indra, que conta com o apoio da Iberdrola, Repsol e Telefonica. A mesma Indra tinha ganho já a emissão dos novos passaportes dos portugueses. E ganhou certamente sem favores. A única observação é que, em Espanha, nenhum empresa estrangeira ganharia a emissão dos passaportes e do Cartão Único dos espanhóis."
Nicolau Santos, no Expresso.
Claro, o Governo português argumentará com o concurso, com a liberdade económica, com o "Espanha, Espanha, Espanha", de Sócrates. O problema é só um: infelizmente não só o Governo é liberal para fora e estatista para dentro (OPA PT diz-vos alguma coisa?), como jamais um país normal permitiria depositar em mãos de estrangeiros tanta informação sobre os seus nacionais. Manias de países pobres certamente.
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