terça-feira, junho 19, 2007

(1154) MAIS FESTA

O E, E, E-Jetamos fez três anos. Apesar de doentiamente alagartado é um blogue que vale a pena ler (com excepção, naturalmente, das entradas adoentadas) e três anos já é um posto. Parabéns!

segunda-feira, junho 18, 2007

(1153) ISTO JÁ NÃO É POLÍTICA

Capazes de tudo. No Ota Não.

(1152) E VÃO QUATRO!

O João tem amigos e tem ideias. A vantagem dele é que não mistura os primeiros com as segundas. É também por isso que o Portugal dos Pequeninos é um caso de sucesso num país de insucesso. Por isso tantos o lêem. Fez quatro anos de vida e espero que possa assinalar muitos mais. Vozes assim são raras nos países grandinhos, quanto mais neste. Nem que seja, por vezes, para consolidar melhor as nossas opiniões contrárias às dele, ele faz falta. Parabéns e um abraço!

(1151) PORTJUGALL

O director-geral do Turismo de Lisboa, Vítor Costa, que foi vereador num mandato de coligação PS/PCP, afirmou na revista da Associação de Turismo de Lisboa a propósito da polémica em torno da marca Allgarve: «venham de lá três milhões extra que nós não nos importamos de assinar Llisboa». Eis um mais um homem pragmático surgido do alfobre das esquerdas lisboetas, que não diferem das demais. Um deslumbrado, é o que é. Os milhões turvam as vistas a muita gente, sobretudo a quem foi ideologicamente ensinado a não gostar deles. Eu gosto de gente assim. Sabe-se com o que se conta. Conta tudo. Com os outros, com os que disfarçam, é que é preciso cuidado. Dêem um ministério a esta person. Please, don't let Manuell Pinhau alone.

domingo, junho 17, 2007

(1150) QUE A POLÍTICA NÃO UNA O QUE O ELEITORADO SEPAROU

(O Exterminador implacável)

(Sózinha em casa)

A esquerda francesa, que não percebeu ainda o que lhe está acontecer, tem várias crises por resolver. Mas há uma que parece que não vai nem quer resolver: a crise político-conjugal do casal Hollande. As cenas têm sido grotescas e para a semana terão o seu ponto forte com a publicação do livro do tipo "Eu, Segolene" da política, em que revela, como se os franceses tivessem alguma coisa a ver com o assunto, que pôs o marido fora de casa. Cá para mim vai durar um pedaço dos bons a nova era política em França, salvo imponderáveis. A canalha que se cuide.

(1149) CURIOSIDADE SISTÉMICA

(Os Ewing)

Sabe-se que o sistema, apesar de depender de um pequeno grupo de amigalhaços e negociantes de regime, tem as suas facções. E, por vezes, dentro do sistema, há desavenças, coligações, desforço, intriga, tudo como se Portugal fosse uma espécie de Dallas sem petróleo, um género de família Ewing, sem ouro negro. O nosso ouro negro é o Estado, esse poço sem fundo de manipulação, dinheiro e influência (a vaidade vem por acréscimo). Esclarecido o contexto deste post, pergunto: Cavaco Silva sabia do Otagate? Cavaco Silva sabia que que o estudo da CIP foi amputado, negociado, combinado, moldado, almoçado, sonhado, discutido, debatido, cozinhado, arranjado, lapidado, laminado, falado, construído, pensado, escrito e divulgado em cumplicidade estratégica entre a CIP e Sócrates (o ministro iberista a bem dizer não conta nada)? Se sabia, poderá por gentileza informar a plebe se era a um estudo destes que se referia quando disse que era preciso debater? Se não sabia, poderia por gentileza informar a plebe se considera a sua exigência satisfeita, à luz dos critérios de político não profissional, dotado de desprendimento político-partidário e rigor técnico-financeiro? É favor enviar resposta pelo meio considerado mais adequado. Os figurantes da democracia agradecem.

(1148) O MEDO

(Octopus Vulgaris)

Fala-se de medo nos dias que correm na Pátria. Medo de escrever em blogues, medo de financiar estudos, medo de falar de assuntos quentes na comunicação social, agoara também medo de Directores Regionais de Educação. Funcionam um pouco por todo o lado os mecanismos invisíveis de coacção. De pessoas que escrevem nos blogues, de empresas que financiam estudos contrários às posições do Governo, de jornais que simpaticamente prescindem de jornalistas incómodos, e alguns visíveis como processos disciplinares. Valha a verdade que este fenómeno não é novo. Não é um exclusivo de Sócrates. Já foi assim, apenas porventura com variação da intensidade e do grau, com o PSD e com o CDS no poder.
Especialmente no que toca aos empresários, o medo de se saber que pagaram um simples estudo, que por ironia dos Deuses se vem a saber agora que foi combinado com Sócrates, revela apenas que em Portugal continua a não ser possível a economia funcionar sem o Estado. Quando um empresário que arrisca o seu capital precisa do Estado para ter hipóteses de sucesso, é porque não há mercado a sério, propriedade privada a sério, liberdade económica a sério. E esse é, há séculos, quer se queira quer não, o principal factor do atraso económico e social do país.
Mas há que dizer ainda outras duas coisas. Alguns dos chamados grandes empresários portugueses sempre preferiram acoitar-se no amparo dos dinheiros públicos e do encosto com o poder do que experimentar o negócio a sério. Dá mais trabalho certamente. É ver nomeadamente a pouca vergonha que se passou com as chamadas privatizações, que foram devoluções e não privatizações, com concursos públicos de fachada em muitos casos, com resultado pré-decidido.
Por último: desta situação tanto é responsável a pequenez dos políticos portugueses que têm tido o sortilégio de manobrar o Estado, como as vítimas deles, ou seja os portugueses, e no caso do estudo da CIP os financiadores ocultos, que preferem não se incomodar e denunciar. Como vêem agora, Roma não paga a traidores, mas também não paga a cobardes, esses idiotas inúteis nas mãos do poder (mas aqui para nós, caros empresários, a verdade é que já o sabiam, não é assim?).
Depois de ler o link que antecede, digam-me lá se isto tem salvação...

sábado, junho 16, 2007

(1147) REVISTA DE BLOGUES (30)

A política criminal no seu pior, por José António Barreiros, no Patologia Social.
Liberdade de expressão (nem de propósito), por Vítor Sequinho dos Santos, em O Meu Monte.
Há Medo, por Nuno Garoupa, em A Reforma da Justiça.

(1146) HOMÓNIMOS (20)

Jorge Ferreira, um blogger de 30 anos que diz que vive na Nova Zelândia! Rasgamortalha!

(1145) PROVINCIANISMO MILITANTE

Um obscuro orgão de consulta do Presidente da República, que tem o mister e dever de aconselhá-lo sobre a forma como usa os seus parcos poderes, reuniu esta semana e disse, mais coisa menos coisa, que a Presidência portuguesa do Conselho da União Europeia deve ser assim mais ou menos como o Euro 2004. Ou seja que todos devem apoiar. O quê apoiar? A cadeira? Os fatos? Os menús dos repastos que vão decorrer por entre intermináveis reuniões? Pois isso o obscuro orgão esqueceu-se de explicar. Apoiar é que sim. Acefalamente. Rebanhisticamente. Para não incomodar Suas Excelencias. Quais Excelencias? Também não sei. As que forem.

(1144) MUITO MAIS QUE UM CLUBE


Pela primeira vez na história do futebol português uma SAD de um clube desportivo é alvo de uma OPA. Apenas algumas semanas depois da entrada em bolsa. É muito divertido ver a inveja que grassa por esses blogues fora por parte de adeptos de outros clubes cujas SAD's estão cotadas há vários anos sem suscitarem o interesse do mais manhoso dos investidores. A verdade é esta: o Benfica é muito mais que um mero clube de chuteiras. Muito mais. Aguentem-se.

(1143) O ESTALINISMO À SOLTA

(Estaline)

Começa a ser sinistra a concepção sobre os direitos fundamentais dos cidadãos que os porta vozes do sistema vão lentamente expondo nas páginas, nas palavras, na opinião. Esta estalinista diferenciação que Fernanda Câncio estabelece entre o direito das mulheres abortarem e o não direito dos médicos à objecção de consciência, faz lembrar outros tempos, outros sítios, outros personagens. Só faltou a proposta final que se deduz de tudo quanto escreve: a um médico que decida defender a vida e invocar objecção de consciência para não fazer um aborto deve-se-lhe apontar uma pistola à cabeça para o obrigar a fazer o aborto. O que pensará Fernanda Câncio da cláusula de consciência dos jornalistas? Será contra?

(1142) HOMÓNIMOS (19)

Jorge Ferreira, cavaleiro da selecção nacional de Hipismo do Brasil.

(1141) 'QUEM SE METE COM O PS, LEVA!"

Cá está. Foi só deixar passar um tempinho. António Balbino Caldeira lá vai de arguido. O diploma de José Sócrates ressuscitou. E que tal esclarecer o que falta sobre a matéria? O pessoal aguenta outra entrevista, que não seja por isso...

(1140) REVISTA DE BLOGUES (29)

Edição especial género separata para efeitos de organização do arquivo da Sra. Directora em exercício da DREN:O Jumento. João Miranda, no Blasfémias. Com reincidência. André Azevedo Alves, em O Insurgente. João Gonçalves, no Portugal dos Pequeninos. Miguel Castelo Branco, no Combustões. Paulo Gorjão, no Bloguítica. Com reincidência. Ena, tanto processozinho! Era bom não era, Sra. Directora?

sexta-feira, junho 15, 2007

(1139) JACINTO LEITE CAPELO REGO

Ainda nós temos a mania de zombar dos defeitos excessivos da democracia. A verdade é que a realidade não pára de nos surpreender. Por vezes somos confrontados com exemplos de cidadania verdadeiramente tocantes, paradigmas de miltância, de dádiva, de entrega desprendida a um ideal ou a uma instituição. Verdadeiros soldados rasos da participação responsável na vida democrática. É o caso hoje divulgado do cívico Jacinto Leite Capelo Rego, um dos beneméritos misteriosos do milhão de euros misterioso que foi misteriosamente entregue ao misterioso CDS e que parece, ao que dizem (em Portugal nunca se sabe...) estar misteriosamente sob investigação. Mistérios, no fundo, da própria democracia, que vão povoando o imaginário mítico da entrega à cousa pública. Sempre misteriosamente desinteressada.

(1138) LISBOA EM DELÍRIO

A pré-campanha das eleições intercalares de Lisboa corre de feição a toda a sorte de patologistas desocupados. Depois um candidato que dizem que faz falta (ao anedotário, concedo!) de ter prometido uma praia no Cais de Sodré, eis que outro quer fazer casamentos gay no Salão Nobre da Camara Municipal de Lisboa. No meio disto tudo o drama é que ainda falta um mês para as eleições pelo que nos devemos preparar para um desfile de delírio. A coisa promete. O disparate anda à solta em Lisboa.
(publicado em O Carmo e a Trindade)

(1137) UM PAÍS MIRABOLANTE

Marques Mendes anunciou que nos próximos seis meses não será líder da oposição. Digamos que o PSD anda mesmo muito baralhado e confuso. Por mim desde já declaro que manterei a mesma atitude relativamente ao Governo que nos tem desgovernado. E mais, considero ser estrita obrigação do Governo representar decentemente Portugal no exercício da Presidência do Conselho da União Europeia. Ou será que essa Presidência vai servir de pretexto para uma mordaça? Era só o que faltava.

(1136) ASSIM SE DESGOVERNA

José Sócrates sabe melhor que ninguém que os últimos seis meses foram um desastre para o Governo. Sabe melhor que ninguém que não se pode dar ao luxo de perder as eleições de Lisboa. Sabe melhor que ninguém que a Presidência portuguesa não pode ser ensombrada por um ministro que se sabe já de ciência certa ser um erro de casting. E sabe que não pode comprometer a cooperação estratégica com Cavaco Silva. Seria empreitada a mais para um homem só.

Assim se explica o aparente recuo do Governo na Ota. Aparente, porque a verdade é que o golpe do estudo do LNEC, apesar de ter sido um sucesso mediático, tem demasiadas fragilidades para ser sincero, autêntico, profícuo.

Em primeiro lugar, se o Governo tivesse tomado um banho de humildade política não tinha mandado estudar a localização de Alcochete. Tinha, sim, mandado estudar todas as localizações possíveis, incluindo a mais barata de todas, que é a da manutenção do aeroporto da Portela, com um aeroporto de apoio. Não o fez, o que mostra que a preocupação do Governo não é estudar para tomar uma decisão fundamentada, mas apenas fingir que estuda para manter no final a sua teimosa posição de sempre: a Ota.

Em segundo lugar, se o Governo estivesse de boa fé política, não tinha encomendado o estudo técnico a uma entidade dependente do Governo, por muita competência e qualidade que tenha, como é o caso do LNEC. Tinha encomendado o estudo a uma entidade independente. Sabe-se o que aconteceu aos técnicos da NAV que se atreveram a discordar da Ota: foram literalmente corridos. Ninguém no LNEC desejará entrar no index do ministro Mário Lino.

Em terceiro lugar, o anúncio da encomenda ao LNEC esbarra com a catadupa de certezas inabaláveis, incluindo uma inaudita torrente de disparates, que o Governo afirmou nos últimos meses em defesa da Ota. Do jamais, jamais, ao deserto, passando pelas afirmações de Sócrates no Parlamento, sempre insistindo na Ota e na necessidade de avançar já, até à grotesca exigência de apresentação de estudos a quem criticava a opção Ota, como se o Governo não existisse justamente para estudar antes de decidir, de tudo se ouviu, forte e feio, para que o anúncio feito agora tenha credibilidade.

Em quarto lugar, somam-se indícios de que a decisão sobre a Ota vai avançar independentemente do estudo. Se a vontade do Governo fosse autêntica, como se explicaria que, apesar da encomenda do novo estudo, o Governo vá entregar em Bruxelas até 20 de Julho o projecto de construção do aeroporto na Ota para efeito de financiamento comunitário? Será que, afinal, o Governo já conhece as conclusões do estudo que encomendou? O que fará, se por milagre o LNEC aconselhar Alcochete?

O modo como o Governo tratou este assunto é bem elucidativo da forma como se governa em Portugal. Ou melhor, da forma como se desgoverna.
(publicado na edição de hoje do Semanário)

(1135) AVEIRO JAZ NAS GAVETAS DO PS

Enquanto a Associação dos Antigos Alunos da Universidade de Aveiro tem agendada para o próximo dia 29 a realização de uma tertúlia sobre a "Gestão do Stress", pode dizer-se que “stress” é cousa de que o Governo do PS não padece em relação a Aveiro.
É sabido que nos últimos tempos o Governo só tem tido olhinhos para as trapalhadas políticas em que se tem metido, com o insuperável José Sócrates à cabeça, e para Ota. Parece que as necessidades do país se esgotam na megalomania do ministro iberista, que acha que Portugal não devia existir como Estado independente, Mário Lino, o mesmo que não tem feito outra coisa senão tratar da Ota e criar um compêndio do disparate político como há muitos anos não se via por cá.
Mas o país é muito mais do que isto. E as necessidades dos portugueses muito mais do que as travessuras do Governo e dos seus membros.
Pode com propriedade dizer-se que, transcorridos que estão mais de dois anos de mandato deste Governo, o distrito de Aveiro e as suas necessidades estratégicas de desenvolvimento jazem nas gavetas do esquecimento do Governo.
Há vários exemplos como, em matérias estruturais para os interesses do distrito, o silêncio e a passividade são a marca do desinteresse socialista pelos problemas de Aveiro. Um, tem a ver com a falta de Plano de Ordenamento da Orla Costeira. O outro, diz respeito ao abandono da Ria de Aveiro em termos de enquadramento de gestão estratégica.
Ainda esta semana Ribau Esteves chamou a atenção e muito oportunamente para o facto de já ter decorrido mais de um ano sobre o fim do prazo de consulta pública a que foi sujeito o POOC e ainda se estar à espera das decisões para a sua aplicação concreta no terreno.
Ora, como sabemos, se há zona do território carecida de ordenamento é justamente a orla costeira, que nos últimos anos tem sido sujeita a uma erosão que criou enormes problemas às populações. O litoral português, já de si sobrecarregado com o êxodo de populações do interior que se tem continuamente verificado nos últimos anos, depende de mais de trinta- entidades-trinta diferentes, cada uma a puxar a brasa à sua sardinha. Mas o Governo não quer saber.
Relativamente à Ria de Aveiro e desde que o anterior Presidente da República vetou o diploma do Governo do PSD que resolvia o problema da gestão da Ria, devido à convocação das últimas eleições legislativas, que o Governo do PS fez rigorosamente nada. A Ria continua, na prática, ao abandono da miríade de intervenientes tutelares que a governam sem estratégia de conjunto, o que significa que uma riqueza natural única, um património natural sem igual, está desgovernada.
O que é feito do famoso lobby de Aveiro nos corredores do poder de Lisboa? Com que andam distraídos os deputados por Aveiro na Assembleia da República? Não faço ideia. O que sei é que os problemas continuam por resolver, o que indicia que andam certamente ocupados com muitas coisas menos com os problemas das populações que os elegeram.
Já sabíamos que o ministro do Ambiente é uma nulidade política neste Governo. Mas o que não imaginávamos é que o Primeiro-Ministro se teria de repente tornado tão insensível aos problemas ambientais que em tempos teve a responsabilidade de resolver como ministro do Ambiente de António Guterres.

Post-Scriptum: O ano passado chamei a atenção para o facto de Aveiro ter todas as condições para ter uma feira do livro que constituísse uma referência cultural à altura das tradições e da cultura da cidade e do distrito, mais a amais dispondo de uma Universidade prestigiada em Portugal e no estrangeiro. Sei que Élio Maia o ano passado dedicou alguma atenção ao assunto. Infelizmente e depois de visitar a feira deste ano, tenho de insistir na crítica e na chamada de atenção para a falta de dinamismo da Câmara Municipal neste domínio. Nesta matéria, o Vereador do pelouro não está lamentavelmente á altura das exigências e das necessidades. Aveiro é que perde. É uma pena.
(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)