O Governo celebrou com a pompa a que já nos habituou, mas com excessiva circunstância o número do défice, os tais 3,9%. O entusiasmo foi tanto, que foi com o número e não com palavras, que o Primeiro-Ministro iniciou o seu discurso no debate mensal. O número, supra-sumo da tecnocracia, inimigo oculto das palavras, esses símbolos de retórica inconsequente, é o meio natural dos tecnocratas. Nada a opôr. Ainda que cumpra recordar a veemência com que o PS dizia que havia mais vida para além do défice, quando outros Governos tentavam fazer o que este anda a fazer.
Ainda bem que o défice baixou. Mas esse facto não nos deve impedir de compreender que o problema de fundo do país continua. E o problema de fundo do país é a economia, é o crescimento, é a produtividade, é, numa palavra, a criação de riqueza. Porque só com crescimento, com produtividade e com criação de riqueza pode haver descida do desemprego, que é causa, não consequência. No tempo em que para o PS as pessoas estavam primeiro e não eram números, como se lia nos cartazes de António Guterres em 1995, havia menos desemprego.
E, se se reconhecer que o problema de fundo do país é este, então tem de se reconhecer que o Governo até agora falhou. A economia não arranca, não cresce, não gera empregos e não revela mais produtividade. É, aliás, por isso, que o Governo ataca o défice pelo lado do aumento de impostos que em campanha eleitoral o primeiro-ministro havia prometido não aumentar. Isto, enquanto a despesa corrente do Estado continua a aumentar, revelando o fracasso da reforma da Administração Pública. Esta reforma só é possível com uma modificação das funções do Estado. Mas essa reforma o PS não quer fazer. Porque é socialista, porque é estatista, porque precisa da máquina do Estado para se perpetuar no poder como os partidos do sistema.
O défice pode continuar a baixar, pode até descer para menos de 3%, mas se os males estruturais do país, se o gigantismo do Estado persistir, se se continuar a entender que é pelos impostos que podemos eternamente resolver os sufocos, então o país jamais sairá da cepa torta. E o Governo tem de perceber, para seu bem, mas sobretudo para bem de todos os portugueses que a boa comunicação tem, como tudo na vida uma utilidade marginal. Quando o discurso oficial se afasta demais da realidade é o discurso que perde.
Ainda bem que o défice baixou. Mas esse facto não nos deve impedir de compreender que o problema de fundo do país continua. E o problema de fundo do país é a economia, é o crescimento, é a produtividade, é, numa palavra, a criação de riqueza. Porque só com crescimento, com produtividade e com criação de riqueza pode haver descida do desemprego, que é causa, não consequência. No tempo em que para o PS as pessoas estavam primeiro e não eram números, como se lia nos cartazes de António Guterres em 1995, havia menos desemprego.
E, se se reconhecer que o problema de fundo do país é este, então tem de se reconhecer que o Governo até agora falhou. A economia não arranca, não cresce, não gera empregos e não revela mais produtividade. É, aliás, por isso, que o Governo ataca o défice pelo lado do aumento de impostos que em campanha eleitoral o primeiro-ministro havia prometido não aumentar. Isto, enquanto a despesa corrente do Estado continua a aumentar, revelando o fracasso da reforma da Administração Pública. Esta reforma só é possível com uma modificação das funções do Estado. Mas essa reforma o PS não quer fazer. Porque é socialista, porque é estatista, porque precisa da máquina do Estado para se perpetuar no poder como os partidos do sistema.
O défice pode continuar a baixar, pode até descer para menos de 3%, mas se os males estruturais do país, se o gigantismo do Estado persistir, se se continuar a entender que é pelos impostos que podemos eternamente resolver os sufocos, então o país jamais sairá da cepa torta. E o Governo tem de perceber, para seu bem, mas sobretudo para bem de todos os portugueses que a boa comunicação tem, como tudo na vida uma utilidade marginal. Quando o discurso oficial se afasta demais da realidade é o discurso que perde.
(publicado na edição de hoje do Semanário)
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