O socialismo estatista revelou nos últimos tempos em Portugal uma espantosa capacidade de adaptação aos tempos modernos. Antigamente os socialismos nacionalizavam o capital das empresas. Foi o que sucedeu em Portugal após o 25 de Abril e essa onda, ao contrário do que se pensa, não durou apenas até 25 de Novembro de 1975, tendo-se prolongado para lá do gonçalvismo. Foi o caso, por exemplo, do sector da comunicação social.
Actualmente, os socialismos não querem nacionalizar o capital, pela simples razão de que já perceberam que o que interessa não é o capital, mas o poder. E o poder vem do Estado e da possibilidade de o Estado decidir os negócios que o capital pode fazer e os negócios que o capital não pode fazer. Então o que é que os socialismos hoje nacionalizam? Nacionalizam os centros de decisão.
E esta moda é ainda mais perversa que a das nacionalizações puras e duras. Pela simples razão de que formalmente são sempre os capitalistas que escolhem os centros de decisão. Os socialismos têm assim à mão o aparentemente irresistível argumento que quem escolhe os gestores são os accionistas privados. Trata-se evidentemente de um sofisma. Porque essa escolha não é livre, antes resulta da convicção de que ou se escolhem aqueles decisores do partido, que o partido quer, ou os grandes negócios vão à vida porque o partido não premeia infidelidades e é o partido que está no Estado que decide quem faz ou não faz os negócios. O PS está mais voraz que nunca.
Os socialismos refinaram, adaptaram-se aos tempos e cederam à tecnocracia que sustenta que o que conta é quem decide no dia-a-dia e não o proprietário do dinheiro, o qual apenas cura de saber se o seu investimento teve ou não a devida e expectável retribuição no fim do exercício.
Evidentemente que esta nova realidade não passa de uma nova modalidade de socialismo. Com todos os defeitos que advêm do socialismo e agora mais um, qual seja o da dissimulação, o do disfarce. O socialismo passa hoje por ser uma espécie de economia de mercado. Mas não é. É socialismo à mesma e estatista à mesma.
O que se passou na Caixa Geral de Depósitos-2, ou seja, no antigo maior banco privado português (não que tenha deixado de ser grande, mas deixou de ser privado), demonstra bem, para quem quiser ver, o que são accionistas privados condicionados pelo poder do Estado de dar ou não dar negócios.
O poder do Estado e, especialmente o poder do PS, cozinhou uma equipa de gestão, aliás, em circunstâncias de tempo, modo e lugar ainda não completamente claras e os capitalistas tiveram de engolir. Subitamente, emergiu uma autoridade reguladora até então estagnada e inactiva, que fechou os maus num quarto escuro e impôs a solução. Os capitalistas não perceberam que esse foi o momento decisivo que lhes pode garantir um futuro imediato mais rentável, mas que no futuro vão pagar bem caro a subserviência. Os socialistas não perdoam. E o Estado não pára por gosto, só obrigado.
Actualmente, os socialismos não querem nacionalizar o capital, pela simples razão de que já perceberam que o que interessa não é o capital, mas o poder. E o poder vem do Estado e da possibilidade de o Estado decidir os negócios que o capital pode fazer e os negócios que o capital não pode fazer. Então o que é que os socialismos hoje nacionalizam? Nacionalizam os centros de decisão.
E esta moda é ainda mais perversa que a das nacionalizações puras e duras. Pela simples razão de que formalmente são sempre os capitalistas que escolhem os centros de decisão. Os socialismos têm assim à mão o aparentemente irresistível argumento que quem escolhe os gestores são os accionistas privados. Trata-se evidentemente de um sofisma. Porque essa escolha não é livre, antes resulta da convicção de que ou se escolhem aqueles decisores do partido, que o partido quer, ou os grandes negócios vão à vida porque o partido não premeia infidelidades e é o partido que está no Estado que decide quem faz ou não faz os negócios. O PS está mais voraz que nunca.
Os socialismos refinaram, adaptaram-se aos tempos e cederam à tecnocracia que sustenta que o que conta é quem decide no dia-a-dia e não o proprietário do dinheiro, o qual apenas cura de saber se o seu investimento teve ou não a devida e expectável retribuição no fim do exercício.
Evidentemente que esta nova realidade não passa de uma nova modalidade de socialismo. Com todos os defeitos que advêm do socialismo e agora mais um, qual seja o da dissimulação, o do disfarce. O socialismo passa hoje por ser uma espécie de economia de mercado. Mas não é. É socialismo à mesma e estatista à mesma.
O que se passou na Caixa Geral de Depósitos-2, ou seja, no antigo maior banco privado português (não que tenha deixado de ser grande, mas deixou de ser privado), demonstra bem, para quem quiser ver, o que são accionistas privados condicionados pelo poder do Estado de dar ou não dar negócios.
O poder do Estado e, especialmente o poder do PS, cozinhou uma equipa de gestão, aliás, em circunstâncias de tempo, modo e lugar ainda não completamente claras e os capitalistas tiveram de engolir. Subitamente, emergiu uma autoridade reguladora até então estagnada e inactiva, que fechou os maus num quarto escuro e impôs a solução. Os capitalistas não perceberam que esse foi o momento decisivo que lhes pode garantir um futuro imediato mais rentável, mas que no futuro vão pagar bem caro a subserviência. Os socialistas não perdoam. E o Estado não pára por gosto, só obrigado.
(publicado na edição de hoje do Semanário)
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