A sociedade democrática moderna está a criar um nova fractura que ameaça ser responsável por enormes e potencialmente graves conflitos sociais. Essa fractura é entre dois grupos sociais distintos: um grupo é o das pessoas que trabalham na órbita do Estado e das demais entidades públicas, ainda que por vezes estas assumam natureza jurídica privada. Falamos não só dos que trabalham directamente, mas também dos que dependem familiar e socialmente dos que trabalham directamente no sector público. O outro grupo é constituído pelas pessoas que trabalham e assentam a sua estrutura de sobrevivência no sector privado.
O que divide essencialmente estes dois mundos sociais é que o primeiro está habituado a ter garantia de emprego vitalício sem possibilidade de retrocesso e sem hipótese de o perder, enquanto o segundo grupo vive numa competição diária porque sabe que não tem emprego garantido e que pode facilmente perdê-lo ou mudar. Estes dois pontos de partida criam atitudes radicalmente diferentes no quotidiano dos dois grupos. Atitudes quanto ao modo como se encara a utilização dos recursos públicos, isto é da receita dos impostos, como encaram a produtividade, a competitividade, a eficiência e, sobretudo, os resultados do seu trabalho.
A esquerda assentou o modelo de Estado social numa premissa que se veio a revelar falsa: a de que o capitalismo só progredia, só aumentava e não perdia lucros e que o bem-estar social seria progressivo, legitimando a atribuição de cada vez mais direitos e regalias. A direita socialista também adoptou esta cómoda e convidativa perspectiva de vida. Os direitos foram aumentando, os deveres foram diminuindo e agora, que se comprova que é falsa a premissa ninguém se atreve a abdicar do adquirido ao longo de décadas de prosperidade contínua.
O resultado é o seguinte: enquanto os trabalhadores do sector público e do sector alegadamente privado em que o “patrão” é o Estado fazem greve, os trabalhadores do sector privado preferem o emprego à contestação, percebem na carne o que está em causa e escolhem o sacrifício de alguns direitos adquiridos em vez de arriscarem perder o posto de trabalho.
É esta fractura que não tem solução à vista dentro do sistema, visto que este é dominado por esquerdas e direitas socialistas que são autoras do modelo e que jamais serão capazes de o reformar. Terá de ser a dura realidade da economia a fazer os estragos sociais inevitáveis já que a competição eleitoral pelos votos não deixará os partidos do sistema falarem verdade e consequência.
O que divide essencialmente estes dois mundos sociais é que o primeiro está habituado a ter garantia de emprego vitalício sem possibilidade de retrocesso e sem hipótese de o perder, enquanto o segundo grupo vive numa competição diária porque sabe que não tem emprego garantido e que pode facilmente perdê-lo ou mudar. Estes dois pontos de partida criam atitudes radicalmente diferentes no quotidiano dos dois grupos. Atitudes quanto ao modo como se encara a utilização dos recursos públicos, isto é da receita dos impostos, como encaram a produtividade, a competitividade, a eficiência e, sobretudo, os resultados do seu trabalho.
A esquerda assentou o modelo de Estado social numa premissa que se veio a revelar falsa: a de que o capitalismo só progredia, só aumentava e não perdia lucros e que o bem-estar social seria progressivo, legitimando a atribuição de cada vez mais direitos e regalias. A direita socialista também adoptou esta cómoda e convidativa perspectiva de vida. Os direitos foram aumentando, os deveres foram diminuindo e agora, que se comprova que é falsa a premissa ninguém se atreve a abdicar do adquirido ao longo de décadas de prosperidade contínua.
O resultado é o seguinte: enquanto os trabalhadores do sector público e do sector alegadamente privado em que o “patrão” é o Estado fazem greve, os trabalhadores do sector privado preferem o emprego à contestação, percebem na carne o que está em causa e escolhem o sacrifício de alguns direitos adquiridos em vez de arriscarem perder o posto de trabalho.
É esta fractura que não tem solução à vista dentro do sistema, visto que este é dominado por esquerdas e direitas socialistas que são autoras do modelo e que jamais serão capazes de o reformar. Terá de ser a dura realidade da economia a fazer os estragos sociais inevitáveis já que a competição eleitoral pelos votos não deixará os partidos do sistema falarem verdade e consequência.
(publicado na edição de hoje do Semanário)
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