(Tirado do Ave do Arremedo, anúncio publicado no Jornal de Notícias, em 02.12.2005)
O que faz falta a Portugal é uma oposição séria, forte, credível e consistente no Parlamento. O estado de graça de José Sócrates tem as costas largas e não pode desculpar tudo. A eficácia comunicacional de Sócrates não é argumento para o défice comunicacional desta triste e pobre oposiçãozinha que faz de conta que existe nos PAOD’s. No PSD navega-se à vista com inconsequência e contradição, aos solavancos dos títulos do dia, a reboque do que sucede e os outros fazem e sem convicção, o que naturalmente é percebido pelo eleitorado. No CDS faz-se por estes dias um deprimente debate ideológico sobre congressologia e directologia que só interessa ao umbigo de quem o faz.
Nas questões essenciais não há verdadeira oposição à direita do PS. Nas questões incidentais, quando ela existe é ligeira e não convence. Veja-se o exemplo desta semana. Marques Mendes acordou agora para o problema da Ota.
Foi preciso a Nova Democracia, partido sem representação parlamentar, ter conseguido que a Assembleia da República discutisse uma petição popular contra a construção do monstro da Ota, para que, meses depois, o suposto líder da oposição, decidisse agir.
O problema é que enquanto no Governo Marques Mendes pactuou com a elaboração dos estudos preparatórios do futuro aeroporto da Ota. O problema é que depois de ter saído do Governo, Marques Mendes não levantou um dedo contra a coisa. Deixou inclusivamente sem resposta uma proposta da Nova Democracia dirigida a toda a oposição, no sentido de desencadear uma iniciativa popular de referendo para que a Assembleia da República colocasse o PS perante a dificuldade política óbvia de ter de o recusar.
Porquê só agora o PSD se lembra da Ota? Será apenas por táctica e pressentimento de que Sócrates já teve melhores dias? Porque sente que a estrela de Sócrates começa a empalidecer? Para começar a marcar terreno ao especialista de directologia Portas, que já imagina relíder do CDS? Para tentar ofuscar o interesse que se começa a gerar à volta das intervenções de Santana Lopes, que já defendeu o referendo sobre a construção do aeroporto da Ota?
O que parece é que Marques Mendes esperou pelo momento em que já não podia ser acusado de travar o projecto para o criticar e como dizia o padroeiro do novo museu de Santa Comba Dão, “em política, o que parece, é”.
Nas questões essenciais não há verdadeira oposição à direita do PS. Nas questões incidentais, quando ela existe é ligeira e não convence. Veja-se o exemplo desta semana. Marques Mendes acordou agora para o problema da Ota.
Foi preciso a Nova Democracia, partido sem representação parlamentar, ter conseguido que a Assembleia da República discutisse uma petição popular contra a construção do monstro da Ota, para que, meses depois, o suposto líder da oposição, decidisse agir.
O problema é que enquanto no Governo Marques Mendes pactuou com a elaboração dos estudos preparatórios do futuro aeroporto da Ota. O problema é que depois de ter saído do Governo, Marques Mendes não levantou um dedo contra a coisa. Deixou inclusivamente sem resposta uma proposta da Nova Democracia dirigida a toda a oposição, no sentido de desencadear uma iniciativa popular de referendo para que a Assembleia da República colocasse o PS perante a dificuldade política óbvia de ter de o recusar.
Porquê só agora o PSD se lembra da Ota? Será apenas por táctica e pressentimento de que Sócrates já teve melhores dias? Porque sente que a estrela de Sócrates começa a empalidecer? Para começar a marcar terreno ao especialista de directologia Portas, que já imagina relíder do CDS? Para tentar ofuscar o interesse que se começa a gerar à volta das intervenções de Santana Lopes, que já defendeu o referendo sobre a construção do aeroporto da Ota?
O que parece é que Marques Mendes esperou pelo momento em que já não podia ser acusado de travar o projecto para o criticar e como dizia o padroeiro do novo museu de Santa Comba Dão, “em política, o que parece, é”.
(publicado na edição d ehoje do Semanário)
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