sexta-feira, fevereiro 08, 2008

(2203) IRONIAS DA DEMOCRACIA

Caiu o Carmo e a Trindade quando o Bastonário fez afirmações públicas sobre uma investigação da Polícia Judiciária cujo processo ainda está em fase de julgamento. O Director da Polícia Judiciária criticou-o por isso, defendendo a sua dama. Passados poucos dias, o mesmíssimo Director da mesmíssima Polícia Judiciária, fez afirmações públicas sobre um processo que está em fase de inquérito. Já não achou condenável. As afirmações do Bastonário em nada interferiram com o processo em curso. Mas as afirmações do Director da Polícia Judiciária podem, repito, eventualmente, repito, talvez, repito, quiçá, ter comprometido a credibilidade de uma investigação. Vai daí, um partido, o CDS, visado indirectamente pelas declarações do Bastonário e quiçá, repito, eventualmente, repito, talvez, esteja a ser investigado pela mesmíssima Polícia, o que faz? Chama os dois ao Parlamento para prestar declarações. São as ironias da democracia. Ou talvez não sejam ironias. Ah, e ninguém se ri.
(publicado na edição de hoje do Democracia Liberal)

Sem comentários: