Assim parece que somos. Assim parece que vamos. Atentos, venerandos e obrigados. Seguidistas, flexíveis até onde fôr preciso para obedecer, bem comportadinhos para não destoar. Os outros não querem? Não se faz. O resultado não é certo? Não se faz. Cai mal nas chancelarias? Não se faz. Este é o país “óbvio” da geração dos Luíses Amados que nos desgovernam, ostentando com garbo, mas singular amnésia, o voto quadrienal na lapela, que lhes serve para tudo. Para não receber o Dalai Lama por razões óbvias. Para não fazer referendos por razões óbvias. Para trair compromissos eleitorais por circunstâncias óbvias. O voto, para esta geração de políticos de plástico não é um compromisso, apenas um trampolim.
O problema é que o óbvio é inimigo do bom.
José Sócrates está disposto a sacrificar tudo, incluindo a sua palavra, a uma eventual carreira internacional sob as ordens dos grandes da Europa e às palmadinhas nas costas dos mandarins europeus. Portugal é um país que não tem posições a não ser acompanhar. Hoje, não passa de uma espécie de Eslovénia Ocidental, assim uma espécie de moço “escort” do projecto federalista da França e da Alemanha.
Os cientistas de serviço não deixarão os seus créditos por mãos alheias. No esoterismo das remissões e novas redacções explicarão em períodos curtos, frases assépticas e tecno e tiradas eloquentes, que o Tratado não é constitucional e não é legível. A primeira palavra foi tirada do tratado. A ilegibilidade é dolosa. Justamente para ocupar a passadeira vermelha do voto popular.
A razão pela qual o Tratado de Lisboa não pode ser referendado é simples. O Tratado seria derrotado. Por outra razão simples: os cidadãos não querem esta União Europeia. Como os seus autores, bem instalados na vida, não admitem outra União Europeia senão esta, não se pode votar.
Ouvi José Sócrates justificar a sua cambalhota política sobre o referendo que prometeu e não vai fazer com a “ética da responsabilidade”. Primeiro fiquei atordoado. Depois, deu-me apenas para sorrir. Ética? Para com quem? Para com os eleitores que votaram PS e foram, apenas, enganados? Como aliás os do PSD, que também foram enganados? Ética? Haja pudor… Menezes preza tanto os compromissos eleitorais do seu partido como Sócrates. Ou seja: nada. São os políticos pequeninos do Portugal de hoje.
Esta decisão de Sócrates apoiada por Menezes é um abate à democracia, à própria democracia representativa que tanto dizem prezar. Porque quando os eleitores elegem para os representar pessoas que faltam aos compromissos é a própria representação que sai irremediavelmente diminuída.
O problema é que o óbvio é inimigo do bom.
José Sócrates está disposto a sacrificar tudo, incluindo a sua palavra, a uma eventual carreira internacional sob as ordens dos grandes da Europa e às palmadinhas nas costas dos mandarins europeus. Portugal é um país que não tem posições a não ser acompanhar. Hoje, não passa de uma espécie de Eslovénia Ocidental, assim uma espécie de moço “escort” do projecto federalista da França e da Alemanha.
Os cientistas de serviço não deixarão os seus créditos por mãos alheias. No esoterismo das remissões e novas redacções explicarão em períodos curtos, frases assépticas e tecno e tiradas eloquentes, que o Tratado não é constitucional e não é legível. A primeira palavra foi tirada do tratado. A ilegibilidade é dolosa. Justamente para ocupar a passadeira vermelha do voto popular.
A razão pela qual o Tratado de Lisboa não pode ser referendado é simples. O Tratado seria derrotado. Por outra razão simples: os cidadãos não querem esta União Europeia. Como os seus autores, bem instalados na vida, não admitem outra União Europeia senão esta, não se pode votar.
Ouvi José Sócrates justificar a sua cambalhota política sobre o referendo que prometeu e não vai fazer com a “ética da responsabilidade”. Primeiro fiquei atordoado. Depois, deu-me apenas para sorrir. Ética? Para com quem? Para com os eleitores que votaram PS e foram, apenas, enganados? Como aliás os do PSD, que também foram enganados? Ética? Haja pudor… Menezes preza tanto os compromissos eleitorais do seu partido como Sócrates. Ou seja: nada. São os políticos pequeninos do Portugal de hoje.
Esta decisão de Sócrates apoiada por Menezes é um abate à democracia, à própria democracia representativa que tanto dizem prezar. Porque quando os eleitores elegem para os representar pessoas que faltam aos compromissos é a própria representação que sai irremediavelmente diminuída.
(publicado na edição de hoje do Semanário)
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