terça-feira, janeiro 08, 2008

(1998) A PRESSÃO NO BALNEÁRIO

"O Presidente da República Cavaco Silva advertiu hoje para o "preço elevadíssimo" a pagar pela UE, em caso de fracasso do Tratado de Lisboa, que só pode entrar em vigor depois de ratificado por todos os 27 Estados membros." (...) O novo Tratado europeu já foi ratificado na Hungria, por via parlamentar, opção que deverá ser adoptada pelos restantes 26 Estados membros, à excepção da Irlanda que tem de submeter a ratificação do documento a referendo, por imperativos constitucionais. O Governo de Lisboa deverá anunciar em breve a sua decisão sobre a forma de ratificação do documento em Portugal. Se optar pelo referendo, a última palavra será do Presidente da República, a quem compete convocar ou não a consulta popular".
Isto diz uma peça da Lusa. Ficamos sem saber se a frase a bold é um palpite da agência, uma afirmação do Presidente em off, um recado universal para quem a apanhar ou um recado particular ao Governo. Registe-se a preocupação de Cavaco Silva com um referendo sobre o Tratado, inversamente proporcional à que demonstrou sobre o referendo de há um ano sobre a liberalização do aborto. À parte o pormenor, registe-se o desagrado presidencial com a perspectiva do cumprimento de uma promessa eleitoral dos partidos, Presidente que enquanto candidato chamou a atenção e bem para o elevado grau de incumprimento das promessas eleitorais pelos partidos como fonte de indiferença dos eleitores e factor de descrédito dos mesmíssimos partidos. Ou será que Cavaco Silva apenas decidiu entrar já na campanha eleitoral do referendo sobre o Tratado com um pré-manifesto eleitoral?

1 comentário:

António de Almeida disse...

-Ontem foi o primeiro ministro da Eslovénia. Curioso, os amigos de esquerda agora estão calados, ingerência nos assuntos internos dum estado soberano, foram as declarações do embaixador norte-americano.