domingo, outubro 21, 2007

(1814) UMA CIÊNCIA OCULTA

"DN-Não deve haver referendo?
LFM-Acho que é tão legítima a ratificação popular através do sufrágio directo e universal quanto a ratificação parlamentar, num órgão que, ele próprio, decorre do sufrágio directo e universal. A minha posição, que proporei ao Conselho Nacional do meu partido, é que com sentido de responsabilidade, e atendendo àquilo que foi a realidade europeia nos últimos dois anos e meio, o PSD defenda a ratificação parlamentar. Mas sem prejuízo de o partido de Governo, que tem um compromisso com o eleitorado de sufragar o Tratado, conversar com os outros partidos, nomeadamente com o PSD, para se encontrar um consenso nacional alargado nesta matéria.
DN-Portanto admite a possibilidade de José Sócrates querer promover um referendo?
LFM-Claro que sim. O Governo socialista tem um compromisso com o eleitorado e lá saberá se o quer cumprir ou não. Se se colocar a questão da ratificação parlamentar, o PSD poderá vir a defender a ratificação parlamentar. Mas a lógica da iniciativa tem de estar do lado do PS. Faz todo o sentido uma aprovação célere no Parlamento."
Em entrevista à edição de hoje do Diário de Notícias, Luís Filipe Menezes revela a sua doutrina sobre o referendo à nova versão da Constituição europeia. Traduzindo, é assim: Sócrates tem um compromisso eleitoral de fazer o referendo, logo que o faça. O PSD tem um compromisso eleitoral de fazer um referendo mas não é obrigado a fazê-lo. As figuras que esta União Europeia obriga as pessoas a fazer... figuras tristes, é claro. A posição do PSD sobre o referendo europeu é uma ciência oculta.

1 comentário:

António de Almeida disse...

-A posição de Menezes não espanta ninguém, será curioso ver a posição do conselho nacional, que Menezes não domina, pois ainda não foi revogada uma proposta de referendo votada por unanimidade, e será necessário revogá-la estatutariamente para que o partido possa oficialmente mudar de posição.