Cerca da uma e vinte da manhã, com as audiências convenientemente de rastos dado o adiantado da hora, Fátima Campos Ferreira fez finalmente a pergunta que em qualquer programa de informação de uma televisão decente teria sido a primeira e não a última. A Paulo Portas fez directamente. A Rui Pereira fez quase a medo. Mas lá fez. Do mal o menos. O primeiro, visivelmente nervoso e atabalhoado disse que comentar era validar uma ilegalidade. Portas agora revela-se juiz. Ele decide o que é legal é ilegal. Apanhado com as calças na mão, tergiversa e foge ao assunto. Seria certamente trucidado pelo Independente. Portas é hoje um mero espectro na pele de um chico esperto. O mais que consegue é piscar o olho depois de cometer o que certamente julga ser um golpe de génio ao fugir à pergunta. A televisão também mata. Quanto ao ministro, foi ainda mais grave. Depois de nos revelar algumas intimidades da sua carreira acerca de convites aceites e recusados, que não vinham ao caso nem interessam a ninguém, tentou ironizar e respondeu à pergunta das escutas com um teatral "Quais escutas?". Até poderia ter graça num teatro de bolso para iluminados das artes cénicas. O problema é que é ministro. O interesse público é qualquer coisa de desprezível para estes tristes actores de má qualidade com que o sistema tenta fazer de nós parvos.
terça-feira, outubro 09, 2007
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2 comentários:
Esqueci-me de ver! Mas, a ser como dizes, tens toda a razão.
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