sexta-feira, julho 06, 2007

(1260) A CONFISSÃO

"“[No “Verão quente” de 75] Pusemos o país a ferro e fogo. A 11 de Março tudo acelera e fizemos tudo para evitar as eleições: foi na altura que o COPCON prendeu “meio mundo”, mas as eleições realizaram-se. (...) O 25 de Novembro foi o momento dramático na vida do partido: estávamos a preparar a revolução, ele [Cunhal] tinha os estudantes em casa espalhadas por Lisboa para naquela noite do 25 de Novembro receberem armas e passarmos à revolução socialista. Era o ‘nosso Outubro’ (...) Cunhal manda-me à URSS, (...) depois de eu ter questionado por que é que a URSS não veio naquela noite em nosso auxílio, por que é que tivemos de recuar. Claro que já tínhamos tido uma grande vitória: Angola, Guiné e Moçambique já estavam independentes e estavam sob os movimentos de libertação marxistas-leninistas que nós queríamos. Mas faltávamos nós! Naquela noite arriscámos tudo. Cunhal dizia, citando Lenine: nós vamos conseguir a revolução socialista quando tivermos metade dos militares mais um. E não tivemos porque os pára-quedistas mudaram de campo a meio da noite. Sem homens suficientes nas Forças Armadas para tomar o poder, fomos para casa.”
Ontem, Zita Seabra finalmente confessou. O PCP só não nos mandou a quase todos para o Gulag porque os pára-quedistas mudaram de campo.

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