sexta-feira, maio 04, 2007

(907) EIXO LISBOA OEIRAS

O Luís Novaes Tito tenta minimizar os danos da comparação entre a atitude do PS face a Carmona Rodrigues e face a Isaltino de Oeiras. E aduz o argumento de que o segundo já foi eleito arguido, enquanto o primeiro só agora se soube que o é. Sinceramente não entendo o que têm a ver os votos com os princípios. Ou melhor, entendo, têm tudo. Mas talvez não sejam só os votos, como julga o Luís, que explicam a amizade do PS de Oeiras com Isaltino. Essa amizade vem de há muitos anos e terá certamente explicações mais profundas.

5 comentários:

Luís Novaes Tito disse...

Caro Jorge

Não tento minimizar coisa alguma. Limito-me a constatar que os casos são diferentes porque a candidatura de um (Isaltino) já foi sancionada pelos eleitores e a do outro não se quer fazer sancionar.

Reconheço conhecer mal as trocas e baldrocas de Oeiras.

À partida parece-me pouco cordato, em termos de ética republicana, que um Partido como o PS se disponha a sustentar o actual poder em Oeiras. Mas não me pronunciei sobre esse assunto, nem tão pouco o quis desvalorizar.

Mantenho que os casos têm validade política diferente e a mistura dos dois só serviu para desviar a atenção daquilo que estava a acontecer em Lisboa.

Abraço

Nuno Roldão Mendes disse...

Caro Jorge Ferreira,

Permita que dê um contributo para esclarecer este “Equivoco Útil”.

Este argumento que prolifera em vários depoimentos, nomeadamente pelos intervenientes das forças políticas que viabilizam a actual gestão camarária, merece um esclarecimento. Obviamente, que só estou a falar dos protagonistas do PS em Oeiras.

O actual Presidente da Câmara quando se candidatou era arguido e não acusado.

Aliás, só foi constituído arguido durante a campanha eleitoral, no mesmo dia da inauguração da sua sede.

Ou seja, Isaltino fez grande parte da caminhada (pré-campanha eleitoral) apenas enquanto suspeito.

Quando foi constituído arguido, as razões pelas quais estava nessa condição eram desconhecidas, e era convicção geral que se prendiam com fuga aos impostos, conforme tinha sido público, na altura em que Isaltino foi obrigado a renunciar ao cargo de Ministro.

Declarações do próprio sustentavam esta ideia.
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Isaltino por diversas vezes afirmou que jamais seria acusado de qualquer acto ilícito que envolvesse a sua gestão enquanto presidente da CMO.

Exemplo, em 2 de Julho de 2005, três meses antes das eleições, podia ler-se no Diário de Noticias que, "nunca serei acusado de qualquer acto de corrupção".

A verdade dos factos, no entanto, é facilmente comprovável.

Só em Janeiro de 2006, três meses depois das eleições, é que é pública a primeira acusação contra Isaltino.
Só nessa altura foi do conhecimento geral o teor das acusações, caindo por terra aquilo que Isaltino tinha afirmado meses antes.

Ou seja, apenas em Janeiro de 2006 se descobre:

1º Que Isaltino é mesmo acusado (facto que sempre considerou como impossível);
2º Que a acusação é respeitante a matérias que envolvem corrupção (e não apenas respeitantes a fuga aos impostos conforme era convicção geral).

Apesar desta descoberta tardia, o PS, representado pelo Vereador Emanuel Martins, decide aceitar pelouros num período em que a primeira acusação já tinha caído (por causa de um mero incidente processual) e a segunda ainda não tinha sido deduzida.

Isto é, num período em que era mero arguido. A questão da qualidade processual não é indiferente. A distinção entre os termos "suspeito", "arguido" e "acusado" existem e não são propriamente sinónimos.
Mas o que ultrapassa todos os limites da compreensão, pelo menos da minha, é a atitude do PS em todo este processo.

O PS, pela voz de Emanuel Martins e durante a campanha eleitoral, foi o único partido que explorou insistentemente, na maioria das vezes de forma abusiva e nem sempre com a lisura adequada, o facto de Isaltino ter problemas com a justiça, quando inexistiam factos que sustentassem essa atitude.

Agora, no presente, com factos graves, que sustentam acusações de crimes que envolvem a gestão da C.M.O., o mesmo PS, na pessoa do mesmo Vereador, desvaloriza por completo os factos, finge que nada se passa e diz que se trata de matéria do foro pessoal de Isaltino.

Cumprimentos e desculpe a dimensão do comentário.

contradicoes disse...

Sem dúvida que é lamentável a postura do PS face ao apoio prestado a Isaltino e esta postura apenas e só serve para comprometer ainda mais o partido socialista e os seus dirigentes.

oeiras local disse...

É da maior utilidade que a blogosfera do concelho de Oeiras seja divulgada para que os outros cidadãos tomem um melhor conhecimento da actual situação que se vive no concelho e na câmara Municipal.

O 'atirar para a frente' com um candidato obscuro como Emanuel Martins pelo PS - de notar que durante a campanha 'deixou' que o tratassem por 'Dr.' quando só este ano está a terminar a licenciatura na Universidade Atlântica - teria forçosamente uma explicação, ou várias, até porque, o mesmo E.M. afirmou que 'NÃO' faria coligações com Isaltino o que não veio a verificar-se, pois não só aceitou pelouros como também aceitou cargos elevados em Empresas Municipais.

Em Oeiras 'todos' sabem da 'amizade' que une o actual pcm a J. Coelho do PS. - os negócios comuns, e os negócios das respectivas 'caras-metade'.

Também é sabido que durante a campanha eleitoral houve e.mails oriundos do PS a aconselhar o voto em Isaltino.

Unknown disse...

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A questão não é saber o que une os dois corruptos - TODA a gente sabe -, mas até quando é que os munícipes se vão deixar embarrilar, e quando é que decidem, duma vez por todas, acabar com a pouca-vergonha no concelho de Oeiras.

O P.S. já foi (foi, digo...) um partido com tradição de luta por altos valores éticos.
Mas acabou-se. Por muito que isto custe a todos aqueles que nele acreditam.
Tornou-se um palco de eleição para o compadrio e a corrupção.
E qualquer corrupto o sabe, e sabe aproveitá-lo.

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