"Sou um positivo. Só aspirava ao racional, ao tangível, ao que já fora alcançado por outros no meu bairro, ao que é acessível ao bacharel. E ia-me resignando, como quem a uma table d'hôte mastiga a bucha de pão seco à espera que lhe chegue o prato rico de Charlotte Russe. As felicidades haviam de vir: e para as apressar eu fazia tudo o que devia como português e como constitucional: - pedia-as todas as noites a Nossa Senhora das Dores, e comprava décimos de loteria."
O Mandarim, de Eça de Queirós. Que imortal descrição da atitude nacional para com a vida e, por arrasto, para com a política. Ao invés de mudar, rezar e ter fé. Um dia, isto há-de mudar...
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