Odete Santos vai deixar o Parlamento a 13 de Abril, anunciou hoje o Partido. Sim, é ao Partido que compete anunciar o que se passa na vida dos deputados do Partido. Presumo que Odete gosta assim. Odete Santos é um alvo fácil da crítica. Por muitas e variadas razões, umas ininvocáveis, outras sim, a menor das quais não é certamente o fanatismo e a visão deturpada da realidade. Ainda no domingo Odete Santos se pôs a jeito no tal concurso e o gozo tem sido geral. Não vim aqui falar disso. Vim apenas dizer que, sabendo muito bem que provavelmente eu estaria preso, se é que vivo, se o meu país fosse como ela quer, digo mesmo assim que ela era, depois de João Amaral, do melhor que o PCP tinha (tem) na Assembleia. Deputada temível, culta, preparada tecnicamente e que tem uma enorme vantagem sobre uma das modas em curso: fuma. Muitas vezes, já lá vão uns anos, nos retirávamos para a ombreira da porta de uma sala de reuniões da 1ª Comissão, para fumar onde já era proibido e onde só se fumava se calhava ouvir um ministro fumador na Comissão. E, apesar da adesão integral, militante e incondicional à cartilha partidária, sei bem como ela era secretamente invejada no Grupo Parlamentar pela excessiva notoriedade, pela excessiva intervenção pública. Deve ter-se esquecido de pedir autorização ao Comité Central para fazer teatro ou entrar numa revista à portuguesa. Está dito.
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