De quatro em quatro dias é substituído um deputado no Parlamento e desde o início da actual legislatura já renunciaram ao mandato 30 deputados. Desde o início da actual legislatura, em Março de 2005, foram ainda registados 182 pedidos de substituição no Parlamento, sendo que, dentro destes, uma centena corresponde a pedidos de suspensão de mandato. E ainda vamos praticamente a meio da legislatura.
O Parlamento aprovou em Maio do ano passado, por proposta do PS, o novo regime de substituição de deputados, que será mais restritivo, mas ainda assim aquém do necessário para alcançar uma efectiva credibilidade institucional do Parlamento. No entanto, as novas regras só deverão entrar em vigor na próxima legislatura.
O Parlamento é a corrente de ar do sistema. É uma espécie de entreposto político onde se vai de vez em quando mandar umas bocas. São os deputados os primeiros a transmitir aos cidadãos a ideia de que o mandato é coisa secundária em face de uma presidência de câmara, de uma lugar de administrador nas empresas socialistas que o Estado controla ou simplesmente em tarefas partidárias. Não espanta que o povo pague na mesma moeda e julgue os deputados como se de um grupo de excursionistas se tratasse.
(publicado ne dição de hoje do Democracia Liberal)
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