Há duas dimensões na política concreta: o das ideias e a dos feitios. Podia chamar-lhe também o plano do carácter, mas em Portugal corria o risco de ser mal interpretado. Fiquemos, pois, pelo plano dos feitios. E neste plano, gosto de Merkel. Anoto duas atitudes: a primeira quando recebeu o Dalai Lama, a segunda quando esta semana pediu perdão em alemão, no Knesset, pelo Holocausto. Fez-me lembrar algumas miniaturas políticas que pululam, vergando-se aos gigantes, agigantando-se sobre os fracos e provincianamente falando sempre em estrangeiro no estrangeiro, quando não mesmo no seu próprio país, confundido política, Estado e bem receber com os serões à lareira lá de casa. Dito de outra maneira: primeiro, há espaço mesmo na geopolítica dos interesses para os valores, por pouco que seja e um passado de um país, mesmo que seja uma vergonha, é um passado de um país e é inteiro, mesmo no uso da língua, que esse país deve reconhecê-lo e, se fôr o caso, arrepender-se.
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