Em consideração ao sentido apelo do Presidente da República para não maçar os políticos com política na época das máscaras, decidi partilhar convosco algumas reflexões sobre a madrugada. Isso mesmo: a madrugada. Não sei, hoje deu-me para aqui. E dirão os meus amigos: e, afinal, o que é isso da madrugada? E eu respondo: madrugada é o período do dia que vai da meia-noite ao amanhecer, normalmente arredondado para as seis da manhã. De facto, a madrugada é uma extensão da noite, durante a qual a maioria das pessoas repousa e há a conveniência de se guardar silêncio. Parece contraditório, mas a saudação feita a alguém que se encontre nesse período é bom dia, ainda que o sol não tenha nascido. Ora, tratando-se de seis horas, em princípio, poder-se-á perguntar o que se pode fazer durante esse período de tempo? Fazer notas de imprensa não é, porque se afigura maçador, dá trabalho, é enfastiante e, sobretudo, chama a atenção dos safados dos jornalistas para o que se estará realmente a fazer. Não é, definitivamente, aconselhável. A resposta mais óbvia não é nem ir a uma discoteca, nem ir a um bar, nem estar em casa à conversa com amigos, nem outras coisas óbvias. A resposta óbvia, moderna e popular é: despachar. Despachar a rodos, assinar qualquer merda que apareça, no fundo, despachar, despachar, despachar. Seis horas bem contadas, dá aí para uns cinquenta despachos por hora. Isto é, quase um despacho por minuto. Segundo as modernas tendencias da deschologia, considera-se razoável dispôr de 21 segundos para ler o texto, mais vinte e um segundos para ouvir opiniões e os restantes 21 para reflectir sobre a decisão a despachar. Isto em média, vis´to que , obviamente, há despachos que se decidem em 2 ou 3 segundos e outros, de maior fôlego, que exigem uns duros 50 ou sessenta ou até, setenta penosos segundos para alcançar uma preclara decisão. Isso é que é. Ou melhor, foi. E não volta, ai não volta não.
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