Os portugueses comemoram pouco e mal. Comemoram pouco porque abandonaram a sua história. Quando comemoram, comemoram mal, à base da comenda, das comissões e dos feriados. Entre nós, as comemorações são normalmente um bom pretexto para a preguiça.
Agrada-me que os monárquicos comemorem o homicídio político do rei D. Carlos. Significa que há gente viva, que não perdeu o sentido das suas convicções. O homicídio como método de luta política chama-se nos nossos dias terrorismo, no que os regicidas terão sido percursores. Tenho para mim que se tratou, não apenas de um crime, como de um acto inútil, já que a monarquia cairia por si.
Essa comemoração permite-me a mim comemorar desde já, a República. Comemorar o princípio democrático fundamental, segundo o qual, a sede do poder é o povo e o mérito e não o sangue e a herança de uma família especial. Aí reside a essência da diferença. E essa deve comemorar-se sempre. Para um republicano como eu, pelo menos.
Agrada-me que os monárquicos comemorem o homicídio político do rei D. Carlos. Significa que há gente viva, que não perdeu o sentido das suas convicções. O homicídio como método de luta política chama-se nos nossos dias terrorismo, no que os regicidas terão sido percursores. Tenho para mim que se tratou, não apenas de um crime, como de um acto inútil, já que a monarquia cairia por si.
Essa comemoração permite-me a mim comemorar desde já, a República. Comemorar o princípio democrático fundamental, segundo o qual, a sede do poder é o povo e o mérito e não o sangue e a herança de uma família especial. Aí reside a essência da diferença. E essa deve comemorar-se sempre. Para um republicano como eu, pelo menos.
(publicado na edição de hoje do Democracia Liberal)
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