De repente a corrupção desapareceu. A Bragaparques desapareceu. A sindicância desapareceu. Lisboa passou apenas a ter uma Câmara endividada. Carmona Rodrigues, o rosto da decadência de Lisboa, o rosto da inépcia política, também nunca existiu. Foi o seu espectro que andou por lá. As eleições fizeram milagres.
No domingo os lisboetas vão votar para a Câmara de Lisboa. O mais provável é que as eleições não resolvam os problemas essenciais da cidade. O estado a que chegou a Câmara exige, mais do que mezinhas de mercearia, mais do distribuição de negócios pelos vários interesses que se agrupam em redor de quem cheira a poder, uma ruptura. Há provas que será assim: António Costa já prometeu dar responsabilidades a todos. O que significa que o essencial continuará na mesma. Quando um mero vereador da oposição sem pelouro consegue empregar 11 assessores, como foi o caso de Sá Fernandes, podemos avaliar o que aí vem: mais uma rodada de emprego partidário.
Uma ruptura desde logo política e ideológica, que transcende o arranjo do passeio esburacado, a lavagem das ruas imundas que fazem lembrar os relatos dos séculos de antanho, ou a estatueta a inaugurar num domingo de manhã.
Como é evidente nenhum dos candidatos que ocupam os primeiros lugares das sondagens fará essa ruptura que é tão necessária quanto urgente. Nenhum deles, por exemplo, limpará a Câmara do emprego partidário que suga as depauperadas finanças municipais. Se fossem capazes disso e, sobretudo, se o quisessem já o teriam feito enquanto estiveram na Vereação a viabilizar à vez e em rotatividade as várias votações que nos últimos anos enterraram Lisboa no lodo da suspeita e da estagnação.
Apenas um exemplo: foi preciso que a Nova Democracia fizesse a proposta de extinção de todas as empresas municipais há dois anos para que os partidos do sistema começassem a defender a extinção de algumas. A verdade é que nem uma desapareceu.
Por isso, o voto útil no domingo não é em quem presumivelmente vai ser eleito, uma vez que já se sabe que seja quem for não tocará no essencial, mas em quem pode abanar o sistema de ineficácia e de tráfico de diversas e variadas influencias que enxameiam a Câmara. O leitor imaginará que defendo o voto no Partido da Nova Democracia. Lisboa precisa de uma nova Democracia como de pão para a boca.
No domingo os lisboetas vão votar para a Câmara de Lisboa. O mais provável é que as eleições não resolvam os problemas essenciais da cidade. O estado a que chegou a Câmara exige, mais do que mezinhas de mercearia, mais do distribuição de negócios pelos vários interesses que se agrupam em redor de quem cheira a poder, uma ruptura. Há provas que será assim: António Costa já prometeu dar responsabilidades a todos. O que significa que o essencial continuará na mesma. Quando um mero vereador da oposição sem pelouro consegue empregar 11 assessores, como foi o caso de Sá Fernandes, podemos avaliar o que aí vem: mais uma rodada de emprego partidário.
Uma ruptura desde logo política e ideológica, que transcende o arranjo do passeio esburacado, a lavagem das ruas imundas que fazem lembrar os relatos dos séculos de antanho, ou a estatueta a inaugurar num domingo de manhã.
Como é evidente nenhum dos candidatos que ocupam os primeiros lugares das sondagens fará essa ruptura que é tão necessária quanto urgente. Nenhum deles, por exemplo, limpará a Câmara do emprego partidário que suga as depauperadas finanças municipais. Se fossem capazes disso e, sobretudo, se o quisessem já o teriam feito enquanto estiveram na Vereação a viabilizar à vez e em rotatividade as várias votações que nos últimos anos enterraram Lisboa no lodo da suspeita e da estagnação.
Apenas um exemplo: foi preciso que a Nova Democracia fizesse a proposta de extinção de todas as empresas municipais há dois anos para que os partidos do sistema começassem a defender a extinção de algumas. A verdade é que nem uma desapareceu.
Por isso, o voto útil no domingo não é em quem presumivelmente vai ser eleito, uma vez que já se sabe que seja quem for não tocará no essencial, mas em quem pode abanar o sistema de ineficácia e de tráfico de diversas e variadas influencias que enxameiam a Câmara. O leitor imaginará que defendo o voto no Partido da Nova Democracia. Lisboa precisa de uma nova Democracia como de pão para a boca.
(publicado na edição de hoje do Semanário)
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