quinta-feira, fevereiro 15, 2007

(521) A NOVA ESQUERDA

Há muita gente genuinamente convencida que numa noite invernosa de Fevereiro o país mudou. Isto, enquanto Salazar é sadicamente submetido, a título póstumo, à tortura democrática de ganhar votações em urna tecno-telefónica de natureza televisiva. Contradições que certamente os sociólogos da escola oficial não deixarão de aproveitar para teses de mestrado e doutoramento.

Seja. Não desiludamos estes crédulos por enquanto, embora seja óbvio o seu niilismo analítico. Olhemos antes para os partidos políticos actuais. Com o império de Sócrates em pleno esplendor, o que temos de verdadeiramente entusiasmante na oposição? Isto: PSD e CDS fazem oposição ao PS pela esquerda. Se Sócrates estivesse na oposição pediria moderação ao seu PS se alguém se lembrasse de fazer as propostas que Marques Mendes e o CDS (sem mando nos dias que correm), têm feito sobre a política de saúde.

Ouvir uma deputada do CDS exigir o respeito do programa constitucional sobre o Serviço Nacional de Saúde, como se ouviu há pouco tempo, ver Carmona Rodrigues distribuir seguros de saúde pagos pela falida CML pelas criancinhas que frequentam o ensino básico no seu martirizado município, é verdadeiramente revolucionário. Fidel, Chavez, Morales, não fariam melhor. Não admira que Sócrates esteja em alta.

A nova esquerda, afinal, não é o Dr. Louçã. É o CDS e o PSD.
(publicado na edição de hoje do Democracia Liberal)

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