Os políticos portugueses padecem de um grave defeito de compreensão. Parece não se darem conta que brincar aos mandatos é fazer do voto popular gato sapato. Agora é Manuel Maria Carrilho que, alegando impossibilidade de cumprir dois mandatos em simultaneo, na Camara de Lisboa e na Assembleia da República, renunciou ao mandato de Vereador. Bom, então não sabia antes de se candidatar que não conseguiria fazer as duas coisas? Acaso cuidou de informar previamente os eleitores da possibilidade de renunciar se não fosse, como não foi, eleito Presidente da Camara? E se o tivesse sido renunciaria ao de Presidente da Camara ou ao de deputado? Creio que as respostas a estas perguntas são óbvias. Este desrespeito repetido e generalizado pelo mandato, a todos os níveis electivos do sistema, só contribui para o descrédito da democracia, já que o sistema há muito esgotou os seus créditos. Parece-me é que, no fundo, os políticos não se importam nada com isso. Limitam-se a gerir as suspensões, as renúncias, as acumulações de mandatos ao sabor estrito do interesse da comodidade de cada um. Qual interesse público, qual carapuça.
quarta-feira, janeiro 10, 2007
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