domingo, janeiro 07, 2007

(254) MARTINHO DA ARCADA

(Fernando Pessoa no Martinho da Arcada)

Com projecto de autor desconhecido, o Café-Restaurante Martinho da Arcada, outrora também conhecido como Café da Neve, existe desde 1778. De planta rectangular, mostra 4 portas, enquadradas por 4 pilastras duplas, emolduradas em cantaria e encimadas por entablamento. A zona do café é revestida a azulejos brancos, podendo ainda observar-se em azulejos, junto à entrada do lado esquerdo, a figura de Fernando Pessoa de autoria do pintor Angelo de Sousa. Foi neste estabelecimento que Pessoa escreveu parte dos seus poemas e, entre eles, os que fazem parte do único livro publicado em vida, "Mensagem". O café Martinho da Arcada, o mais antigo de Lisboa, celebra 225 anos de existência precisamente hoje. Para assinalar a data, vai realizar-se uma sessão especial que contará com a presença de Cavaco Silva.
Em 7 de Janeiro de 1782 abria as portas na Praça do Comércio a Casa da Neve, primeira designação do café que ao longo do tempo passou por vários nomes - e cuja história está irremediavelmente ligada ao nome de Fernando Pessoa. Depois da Casa da Neve chamar-se-ia, a partir de 1784, a Casa de Café Italiana. Anos mais tarde, em 1795, passa a Café do Comércio e em 1824 o nome oficial muda para Café da Arcada do Terreiro do Paço e, seis anos mais tarde, passa a chamar-se Café Martinho, designação que mantém até hoje. Martinho era apelido do dono nessa altura, que o quis distinguir (da Arcada) do outro café que abrira com o nome de Café Martinho do Camões. Um dos frequentadores mais conhecidos foi o poeta Fernando Pessoa e diz-se que terá tomado ali um último café com Almada Negreiros, o amigo poeta e pintor, três dias antes de falecer.O autor de "A Mensagem" adoptou o Café Martinho da Arcada depois de ter sido cliente assíduo de “A Brasileira” do Chiado.
A fadista Kátia Guerreiro fará “um apontamento musical, evocando Fernando Pessoa e outros dois grandes poetas que nos orgulham”, disse à Lusa fonte da produtora. A fadista será acompanhada à guitarra portuguesa por Paulo Valentim, à viola por João Mário Veiga e no contrabaixo por Rodrigo Serrão.
Fontes: ARESP, CNC.

Sem comentários: