Coutinho Ribeiro e André Abrantes do Amaral discordam da minha opinião sobre a cripto-candidatura presidencial de Portas. Vejamos: só aparentemente é uma boa saída. Primeiro, está por provar que Portas tenha mais votos que Basílio. Como se sabe, enquanto foi líder do CDS nem em uma eleição que fosse conseguiu mais votos que em idênticas eleições o PP tinha obtido sob a liderança de Manuel Monteiro. Nem em uma. Está por provar, repito, e se hoje alguma coisa está provada é que vale muito menos do que ele próprio gosta de admitir. É a vida. Quanto às condições: de facto nunca houve um Presidente alegadamente oriundo da direita com o PS no Governo. O qual, como se sabe tem uma inata capacidade de mobilizar o eleitorado da direita. Portas será trucidado por Cavaco Silva, até porque coleccionou bastantes telhados de vidro enquanto foi ministro. Talvez se houvesse Independente nesses anos ele próprio tivesse sido setenta e tal vezes capa do jornal, como o foi Cavaco. Que, obviamente, não desperdiçaria uma oportunidade de responder a tanta capa. E quanto ao bloco central, caro André, Portas é do pior bloco central que há: o das migalhas que sobram dos glutões. Terceiro: a cripto-candidatura (sim, eu sei, é preciso de vez em quando testar certas ideias...), não é saída, é chegada. Como se sabe os votos mais inúteis que há são os dos candidatos presidenciais que perdem. Foi assim com Basílio Horta, com Ferreira do Amaral e com Manuel Alegre. Assim seria outra vez.
Se o cenário se mantiver também penso que haverá espaço para uma candidatura presidencial de direita. Mas não da direita da Lapa vendida aos interesses subterrâneos do poder (ai, há conversas com Sócrates que não matam, mas moem...). Já nas últimas presidenciais o defendi, sendo a minha posição derrotada no meu partido. O que obviamente respeitei, mas não mudou a minha forma de ver as coisas.
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