A ministra da Educação foi uma boa promessa do Governo socialista. Mas nem sempre as promessas se tornam efectivas. É verdade que da 5 de Outubro saíram alguns sinais positivos, o menor dos quais não foi certamente a firmeza face às pressões dos sindicatos, até então pouco habituados a exercícios de autoridade mínima. Mas com o passar do tempo, o balão da esperança tem-se esvaziado e têm vindo ao de cima os mesmos problemas de sempre, que fizeram da Educação o grande falhanço da democracia nos últimos trinta anos.
Mas é justo reconhecer que exista da parte de Maria de Lurdes Rodrigues um jogo estratégico perigoso, no qual, aliás, os sindicatos têm caído que nem uns patinhos. O jogo é basicamente este: dizer ao país que os sindicatos dos professores só estão preocupados com reivindicações de carreira e estatuto profissional, enquanto o Governo está preocupado com os assuntos substancialmente importantes da Educação. E, a coberto dessa credibilidade, manter o essencial dos erros e dos defeitos do sistema, em nome de teorias pedagógicas ruinosas para a formação dos jovens e para o futuro do país.
Manobrando a esparrela sindical que reduziu a credibilidade sindical a zero, o Governo vai mexendo nalguma coisa para que entretanto nada de essencial mude.
Adianto desde já duas perguntas simples.
Primeira: de quem é a culpa da má preparação dos estudantes em português? Dos professores que se limitam a cumprir um programa aprovado nas catacumbas tecnocráticas do ministério, ou dos alegados pedagogos sem rosto que fazem os programas?
A resposta é óbvia: a culpa é dos segundos. Algo mudou nesta matéria? Zero. Nada. O desastre da impreparação dos estudantes no correcto uso falado e escrito da língua portuguesa acentua-se.
Segunda: as aulas de substituição são em si mesmas, uma coisa boa? São. Desde que seja um professor de português a substituir um professor de português, um professor de matemática a substituir um professor de matemática e assim sucessivamente. Já se fôr um professor de matemática a substituir um professor de português e vice-versa, as aulas deixam de ser de substituição para passarem a ser aulas de falsificação. De falsificação do ensino e da aprendizagem.
Mas sobre estes problemas e outros de substância os sindicatos não discutem. O que interessa é saber se os professores recebem mais dinheiro ou menos dinheiro, se sobem na carreira mais depressa ou mais devagar. Este é exactamente o jogo que convém ao Governo, que encontrou dedicados colaboradores nos sindicatos dos professores. O problema é o resto. E o resto está na mesma. Essa é a má notícia para o país.
Mas é justo reconhecer que exista da parte de Maria de Lurdes Rodrigues um jogo estratégico perigoso, no qual, aliás, os sindicatos têm caído que nem uns patinhos. O jogo é basicamente este: dizer ao país que os sindicatos dos professores só estão preocupados com reivindicações de carreira e estatuto profissional, enquanto o Governo está preocupado com os assuntos substancialmente importantes da Educação. E, a coberto dessa credibilidade, manter o essencial dos erros e dos defeitos do sistema, em nome de teorias pedagógicas ruinosas para a formação dos jovens e para o futuro do país.
Manobrando a esparrela sindical que reduziu a credibilidade sindical a zero, o Governo vai mexendo nalguma coisa para que entretanto nada de essencial mude.
Adianto desde já duas perguntas simples.
Primeira: de quem é a culpa da má preparação dos estudantes em português? Dos professores que se limitam a cumprir um programa aprovado nas catacumbas tecnocráticas do ministério, ou dos alegados pedagogos sem rosto que fazem os programas?
A resposta é óbvia: a culpa é dos segundos. Algo mudou nesta matéria? Zero. Nada. O desastre da impreparação dos estudantes no correcto uso falado e escrito da língua portuguesa acentua-se.
Segunda: as aulas de substituição são em si mesmas, uma coisa boa? São. Desde que seja um professor de português a substituir um professor de português, um professor de matemática a substituir um professor de matemática e assim sucessivamente. Já se fôr um professor de matemática a substituir um professor de português e vice-versa, as aulas deixam de ser de substituição para passarem a ser aulas de falsificação. De falsificação do ensino e da aprendizagem.
Mas sobre estes problemas e outros de substância os sindicatos não discutem. O que interessa é saber se os professores recebem mais dinheiro ou menos dinheiro, se sobem na carreira mais depressa ou mais devagar. Este é exactamente o jogo que convém ao Governo, que encontrou dedicados colaboradores nos sindicatos dos professores. O problema é o resto. E o resto está na mesma. Essa é a má notícia para o país.
(publicado na edição de hoje do Semanário)
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