quinta-feira, julho 12, 2007

(1302) AINDA AS MARAVILHAS

(A Janela)

A escolha das sete maravilhas de Portugal deixou de fora o Convento de Cristo, em Tomar, que foi designado pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade em 1983. As escolhas, como se sabe, recaíram sobre o Palácio da Pena, a Torre de Belém, o Mosteiro dos Jerónimos, o Mosteiro da Batalha, o Mosteiro de Alcobaça, o Castelo de Óbidos e o Castelo de Guimarães. É verdadeiramente espantosa a exclusão do Convento.
Quem vive ou trabalha em Tomar sabe bem como o facto de a cidade ter um monumento desta envergadura não é suficientemente valorizado pelas instituições locais, com a autarquia à cabeça. Obras de restauro que se eternizam, partes do moonumento vedadas ao público, falta de roteiros para o Convento, até de sinalética urbana a condizer, sente-se em geral uma falta de valorização, que tem, como é óbvio, consequências económicas, turísticas e culturais para a cidade e para a comunidade tomarenses. E é pena. Nos locais classificados como património mundial por onde tenho passado e basta ir aqui à vizinha Espanha, a atitude é toda outra.
Face à escolha destas maravilhas de Portugal e sendo certo que essa escolha vale o que vale e é o que é, compete perguntar: o que se fez em Tomar para promover o monumento? O que fizeram Camara Municipal e as outras instituições locais para promover a escolha do Convento? Organizou-se algum grupo de trabalho para o efeito? Se sim, que acções concretas foram desenvolvidas? E nesse caso, por que falharam? Será que houve ao menos uma preocupação com o assunto? Parece que não mas aguardo informação de quem de direito. Compete perguntar: por que razão o Presidente da Camara Municipal de Tomar se declarou não surpreendido pela exclusão do Convento (que lhe competia promover) das escolhas finais? Será que já esperava porque sabia que nada foi feito a sério para que o resultado tivesse sido outro, como o monumento e Tomar mereciam?
Valha que no mesmo fim de semana outra edição da Festa dos Tabuleiros conseguiu minorar o carácter negativo desta exclusão. Que é muito difícil de entender, mais a mais se repararmos que nas escolhas finais existem monumentos que não têm a qualificação da UNESCO que o Convento de Cristo tem. Já agora e senão fôr pedir muito, será que a Camara Municipal pode começar a pensar em criar um sítio na internet, hoje por hoje um meio indispensável de fazer o que quer que seja?

1 comentário:

António de Almeida disse...

-Por estas e outras é que a escolha de 7 maravilhas é ideotice! Conheço Tomar, conheço o convento, é superior a qual dos eleitos? E o paço Ducal de Vila Viçosa, ou a vila de Monsaraz, são superiores ou inferiores a quais dos eleitos? Portugal não tem 7 maravilhas, tem felizmente muitas mais que urge dar a conhecer, e não através de qualquer concurso!